Você já cuidou do seu filho sem se cuidar? Você já sobrecarregou a rotina dele com tantas terapias e atividades que faltou tempo para brincar? E você consegue reconhecer e priorizar o que é realmente importante na sua relação com o seu filho?
Eu já cuidei dos meus filhos autistas sem antes cuidar de mim e sei o quanto é difícil equilibrar o cuidado com o autocuidado, ser mãe de dois autistas é uma experiência recompensadora e cheia de desafios diários que podem ser emocionalmente e fisicamente exaustivos. Nós queremos dar aos nossos filhos tudo o que eles precisam, e muitas vezes esquecemos de cuidar de nós mesmas.
Esse é um dos principais dilemas que vivo como mãe e como mãe de autista. Me preocupa a percepção de como isso é recorrente com outras mães e...
Quando se fala em habilidades sociais para o autismo costuma-se pensar em uma via de mão única, com ensino e estratégias para desenvolver habilidades sociais apenas nas pessoas autistas. Mas nossa experiência com autismo mostra que para construir essa conexão também é preciso uma mudança na sociedade e essa é uma oportunidade maravilhosa!
A maioria das pessoas autistas têm necessidades complexas de comunicação. Isso quer dizer que ou elas são não verbais (não conseguem falar), ou falam pouco e têm dificuldade de formular sentenças mais longas e de expressar com amplitude e profundidade o que pensam, percebem e sentem. Em razão dessas diferenças, essas pessoas costumam ser mal interpretadas pelos que estão à sua volta que muitas vezes fazem inferências equivocadas em relação à sua inteligência e capacidade de...
Com o aumento de crianças diagnosticadas com autismo também tem aumentado a quantidade de mães e pais que passaram a dedicar parte ou toda a sua vida e trabalho à difusão de conhecimento sobre o autismo. Não são poucas as histórias de mulheres que enfrentaram grandes dificuldades para ter a condição das suas crianças reconhecidas por médicos através de um diagnóstico e posteriormente, a luta para conseguir acesso a tratamento especializados e de qualidade.
Isso sem falar no confronto diário contra o preconceito na forma do capacitismo de pessoas que insistem em afastar pessoas com deficiência, especialmente autistas de níveis 2 e 3, dos espaços públicos de convivência e da própria escola regular.
Quando a dor do...
Por Marcia Pedralino
A ABA é a sigla em inglês usada para a ciência da Análise do Comportamento Aplicada. Uma das disciplinas mais importantes da ABA é o Comportamento Verbal. Normalmente utiliza-se o termo verbal para falar da comunicação através da fala ou escrita. Mas Skinner, que foi o pesquisador que desenvolveu a teoria do Comportamento Verbal, incluiu na definição desse termo todos os comportamentos que a gente usa para se comunicar. Ou seja, além da escrita e da fala, o Comportamento Verbal inclui, os gestos como o apontar, as imagens como a figuras e pistas visuais, os sinais de comunicação como a língua brasileira de sinais, enfim, todos os comportamentos que tenham o objetivo de comunicar algo.
O comportamento de comunicação, especialmente a fala, costuma ser aprendido de forma muito natural pelas pessoas típicas, por observação e...
Como planejar políticas que apoiem a comunidade autista no Brasil: lições de uma experiência nos Estados Unidos
Em dezembro de 2020, Waldecy Rodrigues, professor de economia da Universidade Federal do Tocantins em Palmas, Brasil, me enviou um e-mail com um convite para trabalhar em um projeto sobre políticas públicas relacionadas ao autismo no Brasil. Eu nunca tinha pensado sobre o autismo pelas lentes do planejamento de políticas. Sou um cientista, não um formulador de políticas. Mas ele me disse que minha experiência na condução de revisões sistemáticas seria necessária para iniciar o projeto.
Depois de revisar a literatura, porém, fiquei surpreso ao encontrar poucas publicações relevantes para recorrer. Quase todas as publicações sobre autismo e educação, serviços de saúde e defesa foram em e sobre...
Ainda nos dias atuais, ser mulher ainda é uma condição que por si já implica um estado de vulnerabilidade perante a violência. A mulher com deficiência está ainda mais vulnerável. É o que mostra o Atlas da Violência 2021, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), juntamente com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A partir de Estatísticas disponibilizadas pelo programa de Vigilância em Violência e Acidentes do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Viva/Sinan), do Ministério da Saúde, o estudo mostra que as mulheres com deficiência correspondem a 60% das vítimas de violência cometida contra pessoas com deficiência, sendo mais de 42,1% são casos de violência doméstica, ou seja, os principais algozes são familiares...
Nas consultas pediátricas, o médico irá perguntar coisas como: Sua criança já sorriu? Rolou para o lado? Gosta de ser abraçada? Balbucia de volta, ou sorri quando vê uma cara nova?
Todas essas perguntas, por mais simples que pareçam, têm relação com os marcos do desenvolvimento da criança. E é muito importante estar atento e observar cada detalhe, para ver se cada estágio do desenvolvimento está sendo atingido adequadamente e no tempo esperado.
Embora cada criança seja única, vale lembrar que cada marco do desenvolvimento tem uma faixa etária esperada, e quando se trata do desenvolvimento atípico é comum haver atrasos para alcançá-los. Por isso, ao se observar demora no desenvolvimento, é importante intervir com terapias de estimulação precoce, como a ABA, por exemplo.
O que esperar do desenvolvimento da...
ABA não é um método. É ciência. No SuperABA te apresentamos a ABA aplicada à pessoa autista. Te mostramos como um especialista usa a ABA para analisar INDIVIDUALMENTE cada criança, e a partir das suas necessidades e preferências, programa estratégias para o tratamento.
O profissional analisa comportamentos alvo, usando a tríplice contingência: Antecedente, Resposta e Consequência. É simples na fórmula, mas complexo quando se transporta essa análise para as especificidades das necessidades orgânicas de uma pessoa, para o repertório individual de conhecimento e preferências que ela já tem, e para a própria cultura familiar e social.
É com base nessa complexidade, que o especialista em ABA orienta a aplicação de programas que ensinam comportamentos socialmente relevantes para cada indivíduo, comunicando o que deseja e o que...
Após dois anos de vida em isolamento, mesmo os adultos típicos estão com dificuldade de cultivar e estabelecer novas relações sociais. A falta de encontros presenciais e a “proteção” pelas telas parece ter atrofiado nossa inteligência social.
Para autistas esse impacto foi ainda mais intenso, já que o funcionamento cerebral desse público já tem uma inata dificuldade de comunicação que dificulta a interpretação de expressões faciais e sutilezas desse processo tais como prosódia da fala e figuras de linguagem.
No último encontro do Doutores TEA, o Dr. Mateus Brasileiro, enfatizou que mais do que treinar cumprimentos mecanizados, é importante estimular o interesse da pessoa autista pelo outro. Esse é um processo longo que exige tempo e investimento em características como:
A terapia baseada em ABA, que é a sigla de Applied Behavior Analisys, em português Análise do Comportamento Aplicada, é hoje um dos tratamentos mais utilizados para pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Ela busca ampliar comportamentos, interesses e habilidades que sejam socialmente relevantes para a pessoa autista e diminuir aqueles que podem ser prejudiciais para o seu desenvolvimento, aprendizagem e interação social.
Para isso, ela basicamente analisa os comportamentos, destrinchando o que acontece antes e o que acontece depois do comportamento escolhido que está fazendo com que ele ocorra novamente. Parece simples, mas à medida que estudamos percebemos que é bastante complexo, por uma série de razões como a própria evolução da ABA aplicada ao TEA, que exige respeito fundamental aos interesses dos seus clientes, que não são as mães e pais, mas...
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Estamos constantemente envolvidos na pesquisa, na elaboração de novos materiais e cursos baseados em evidências científicas sobre autismo, desenvolvimento atípico e aprendizagem. Garantimos que todo conteúdo que encontrar aqui tem muita pesquisa e objetividade.