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Onde há Vontade. Há Inclusão!

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10 estratégias práticas para aprendizagem escolar de crianças autistas.

Quando existe vontade, existe um caminho para solucionar a falta de treinamento de professores, a falta de recursos e de estrutura nas escolas para atender às necessidades de pessoas autistas, mas quando não se tem a vontade eles podem ser utilizados como desculpas para exclusão de autista.

A inclusão escolar como a educação em geral é um desafio que ainda enfrentamos em nossa sociedade. Infelizmente, ainda existem muitos obstáculos a serem superados, como o preconceito, a falta de compreensão e a falta de vontade de mudar as coisas. Muitas vezes, as pessoas que se sentem desconfortáveis ou despreparadas para lidar com crianças com deficiência, e podem ter comportamentos para excluí-las da educação comum.

Antes de tudo é preciso ter VONTADE, esse é o primeiro passo para a inclusão de autistas em sala de aula. É preciso força de caráter e determinação para mudar a realidade atual e abraçar a diversidade. Vontade para vencer o preconceito, o medo do desconhecido e o comodismo.

Para essas pessoas que conquistaram a vontade de fazer a diferença na educação, que buscam promover adaptações e suporte na sala de aula para promover a inclusão real através de uma força de vontade consciente para garantir que as necessidades individuais de cada pessoa autista sejam atendidas, queremos fornecer as principais metodologias de ensino, uso de recursos, ferramentas e estratégias apropriadas para lidar com a diversidade de maneira eficaz e eficiente.

É importante dizer que nos baseamos no livro "Tecnologia do Ensino" do Skinner e no estudo de uma seleção de 10 artigos científicos sobre treinamento da (ABA) Análise do Comportamento Aplicada na educação.

Antes queremos lembrar que essa ciência (ABA) define e explica que o comportamento é controlado por consequências, ou seja, o comportamento que é seguido por uma consequência positiva (reforço) é mais propenso a ser repetido no futuro. A ABA se baseia nessa teoria e aplica essa compreensão para aumentar comportamentos desejáveis e diminuir comportamentos indesejáveis.

A abordagem baseada em ABA também ajuda a detalhar o comportamento da criança, identificando os fatores que estão mantendo o comportamento indesejável e encontrando maneiras de mudar esses fatores.

Compreendendo esses princípios explicaremos:

10 estratégias que podem ser implementadas para superar os desafios na aprendizagem escolar de crianças autistas cada uma delas com um exemplo prático:

  1. Identificar comportamentos desejáveis e indesejáveis e estabelecer metas para modificá-los:
    Essa estratégia consiste em observar e registrar o comportamento da criança, identificando aqueles que são desejáveis (como sentar-se durante a aula) e aqueles que são indesejáveis (como sair da sala de aula sem permissão). Com essa informação, é possível estabelecer metas para modificar esses comportamentos, aumentando os comportamentos desejáveis e diminuindo os indesejáveis. Um exemplo prático seria estabelecer uma meta de aumentar o número de vezes que a criança segue as regras de comportamento na sala de aula e diminuir o número de vezes que ela sai da sala sem permissão.

  2. Utilizar reforços positivos para aumentar comportamentos desejáveis:
    Reforço positivo é uma consequência que aumenta a probabilidade de o comportamento ser repetido no futuro. Essa estratégia consiste em premiar ou reforçar o comportamento desejável da criança, utilizando itens de interesse dela como brinquedos ou atividades favoritas, sempre junto com elogios de forma a ampliar seu interesse pelo reforço social. Por exemplo, se a criança se senta concentrada durante a aula, a professora pode elogiar a criança e permitir que ela escolha uma atividade para fazer no final da aula.

  3. Identificar e remover os fatores que estão mantendo comportamentos indesejáveis:
    Essa estratégia consiste em entender o que está mantendo o comportamento indesejável e remover esses fatores. Por exemplo, se a criança tem dificuldade em se concentrar na aula, a professora pode investigar se a iluminação ou o barulho na sala estão afetando a criança e tomar medidas para remover esses fatores.

  4. Ensinar habilidades novas usando técnicas de ensino direcionado, como ensino por partes e ensino por meio de exemplos:
    Essa estratégia consiste em ensinar habilidades novas de forma direcionada e dividir as habilidades em partes menores para facilitar a compreensão da criança. Por exemplo, se a criança precisa aprender a se vestir sozinha, a professora pode ensinar a criança passo a passo, como abrir o botão, puxar o zíper, etc. e dar exemplos de como aplicar essas habilidades em diferentes situações.

  5. Comunicação:
    A comunicação é fundamental para o sucesso na aprendizagem e na interação social de crianças autistas. Uma forma de ajudar a criança a se comunicar é através de diferentes formas de comunicação, como sinais manuais, comunicação aumentativa alternativa com pictogramas e por meio de dispositivos, como comunicadores eletrônicos. Isso pode ajudar a criança a expressar suas necessidades e compreender as instruções. Por exemplo, a professora pode ensinar a criança a usar sinais manuais para pedir ajuda, usar pictogramas para escolher atividades e usar um comunicador eletrônico para se comunicar com os colegas.

  6. Rotina e previsibilidade:
    Rotina e previsibilidade são fundamentais para crianças autistas, pois as ajudam a se sentir mais seguras e preparadas para o aprendizado. Fornecer um ambiente estruturado e previsível, com horários e rotinas claras, é importante para ajudar a criança a se adaptar ao ambiente escolar. Por exemplo, a professora pode criar um horário visual para a sala de aula, que inclua o tempo para as atividades, e seguir essa rotina diariamente. Isso ajuda a criança a saber o que esperar e a se preparar para as atividades.

  7. Interação social:
    As habilidades sociais são cruciais para a inclusão social e educacional de crianças autistas. É importante ensinar habilidades como compartilhar, esperar a vez e seguir regras através de atividades lúdicas e estratégias de ensino direcionado. Por exemplo, a professora pode ensinar a criança a compartilhar brinquedos usando jogos de imitação e ensinar a criança a esperar sua vez usando jogos de trocas de turno.

  8. Flexibilidade cognitiva:
    A flexibilidade cognitiva é a capacidade de lidar com mudanças e incertezas. É importante ensinar às crianças a lidar com mudanças usando estratégias como visualização, role play e ensino através de histórias sociais. Por exemplo, um professor pode ensinar a criança a visualizar uma situação desafiadora antes que ela aconteça, como por exemplo, uma frustração, e ensinar a criança por meio de uma história social a lidar com aquela situação.

  9. Enfoque no comportamento:
    As técnicas de análise do comportamento são fundamentais para entender e modificar comportamentos indesejados, como agitação, agressão ou evasão, e reforçar comportamentos desejáveis. A análise do comportamento busca identificar a relação entre o comportamento e o ambiente, e assim, identificar quais estímulos (fatores do ambiente) estão mantendo ou aumentando o comportamento e quais estão diminuindo o comportamento. É muito mais importante identificar a função do comportamento do que ficar fazendo inferências sobre o caráter do aluno.

  10. Adaptação do ensino:
    Adaptar o ensino para atender às necessidades individuais da criança é fundamental para garantir o sucesso na aprendizagem. É importante usar metodologias visuais, trabalhar com passos pequenos e dar feedback claro e imediato. Por exemplo, uma professora pode usar cartões de imagens e pictogramas para ensinar novas palavras a uma criança autista, trabalhar com pequenos passos para ensinar uma tarefa complexa e dar feedback imediato para reforçar o comportamento desejável. Muitas vezes ela irá perceber que esses recursos também irão auxiliar alunos típicos.

  • Hiper ou hipo-sensibilidade a estímulos:
    As crianças autistas podem ser hiper ou hiposensíveis a estímulos, o que pode afetar o seu comportamento e aprendizado. A hipersensibilidade se refere a uma sensibilidade aumentada a estímulos, enquanto a hiposensibilidade se refere a uma sensibilidade diminuída. Identificar e minimizar fontes de estímulos desnecessários e desenvolver estratégias para lidar com estímulos aversivos é importante para garantir o sucesso na aprendizagem. Por exemplo, se uma criança é hiper-sensível a barulhos altos, é importante minimizar a exposição a esses estímulos e desenvolver estratégias para lidar com esses estímulos, como usar abafadores de ouvido. A orientação de uma T.O. especialista em Integração Sensorial também pode ajudar muito.

Se você chegou até aqui e ainda não conquistou essa vontade por inteiro, podemos fornecer mais informações sobre educação e autismo para te ajudar a esclarecer os mitos e desafios enfrentados por pessoas autistas, aumentando sua compreensão e a sensibilidade.

Temos uma série de exemplos e histórias de sucesso de crianças autistas que por meio da inclusão escolar hoje são médicos, juízes, programadores e principalmente seres humanos melhores inspirando as pessoas a sua volta a também evoluir em sua própria jornada de humanização e a se engajarem no processo de inclusão.

Podemos apresentar pesquisas científicas que enfatizam uma série de benefícios da inclusão, tanto para as crianças autistas como para a comunidade escolar como um todo.

Oferecemos treinamentos e suporte para professores e outros profissionais para garantir aquisição de habilidades e recursos necessários para lidar com a diversidade e garantir a inclusão de crianças autistas.

Também podemos unir ao seu esforço consciente para mudança da cultura e comunidade escolar, a colaboração de pais e familiares de autistas. Eles desempenham um papel crucial no processo de inclusão e serão parceiros importantes no combate ao preconceito e à discriminação. Isso pode incluir a criação de grupos de apoio, sensibilização e o envolvimento ativo da comunidade.

Você sabe que a educação é uma ferramenta poderosa para mudar as atitudes e criar um mundo mais inclusivo e justo.  Além disso, todos merecem o direito à educação e à inclusão, e é nossa responsabilidade trabalhar juntos para superar esses obstáculos e garantir que todos tenham oportunidades para o sucesso.

Onde há uma vontade, há um caminho. Onde há vontade, há inclusão, há educação.