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Práticas Baseadas em Evidências

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O que são e como podem ajudar pessoas autistas?

Se você é mãe, pai, cuidador ou profissional que trabalha com pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é importante estar familiarizada com o conceito de Práticas Baseadas em Evidências (PBEs). Neste artigo, vamos explorar o que são as PBEs e apresentar algumas das intervenções mais comumente utilizadas com base em evidências para o tratamento do TEA.

 

O que são Práticas Baseadas em Evidências?

Práticas Baseadas em Evidências (PBEs) são intervenções e estratégias de ensino que foram comprovadas por pesquisas científicas para serem eficazes na promoção do desenvolvimento e da aprendizagem de pessoas com TEA. Isso significa que elas são baseadas em estudos e pesquisas que mostraram que as práticas produzem resultados positivos para indivíduos autistas.

 

Por que é importante usar PBEs?

É importante usar PBEs porque elas fornecem aos profissionais, pais e cuidadores de pessoas autistas, estratégias comprovadas e eficazes para ajudar no desenvolvimento e aprendizagem dos indivíduos. Quando utilizadas corretamente, as PBEs podem ajudar a promover desenvolvimentos significativos no comportamento, habilidades sociais e comunicação de pessoas com TEA.

 

PBEs recomendadas pela Organização Mundial da Saúde

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as seguintes PBEs são recomendadas para pessoas com TEA:

 

  1. Avaliação funcional: é uma técnica que permite identificar as funções do comportamento de uma pessoa, ou seja, o que faz com que ela aja de determinada maneira. A partir disso, é possível desenvolver um plano de intervenção que leve em consideração as necessidades individuais de cada pessoa.
  2. Intervenção baseada em antecedentes: é uma técnica que visa modificar o ambiente no qual a pessoa autista está inserida, de modo a aumentar as chances de que ela desenvolva comportamentos socialmente relevantes e diminua comportamentos interferentes. Essa terapia se baseia na ideia de que os comportamentos são controlados pelos eventos que os precedem, ou seja, pelos antecedentes.
  3. Reforçamento diferencial de comportamento alternativo, incompatível ou outro comportamento (DRA, DRI, DRO): é uma técnica que consiste em reforçar comportamentos socialmente relevantes e redirecionar comportamentos interferentes. O DRA (reforço diferencial de comportamentos alternativos), DRI (reforço diferencial de comportamentos incompatíveis) e DRO (reforço diferencial de outros comportamentos) são técnicas que se baseiam na substituição de um comportamento interferente por outro socialmente relevante.
  4. Bloqueio de respostas e redirecionamento: é uma técnica utilizada para interromper comportamentos interferentes e redirecionar a pessoa para uma atividade mais apropriada. Isso é feito de forma suave e sem violência, utilizando comunicação, distração e/ou redirecionamento da atenção.
  5. Reforçamento: é um procedimento que consiste em aumentar a frequência dos comportamentos socialmente relevantes em detrimento dos comportamentos interferentes, a partir de consequências que favoreçam a sua ocorrência.
  6. Modelagem: é uma técnica que utiliza o reforçamento diferencial de aproximações sucessivas de um comportamento para ensinar novos comportamentos à pessoa. O resultado final é um novo comportamento.
  7. Modelação: é a aprendizagem por observação de um modelo previamente apresentado. Essa técnica é baseada na ideia de que as pessoas aprendem por imitação e observação.
  8. Análise de tarefas: é uma estratégia utilizada para quebrar uma tarefa complexa em etapas menores e mais simples, de forma a facilitar o aprendizado para a pessoa autista. Essa técnica é muito útil para ensinar habilidades que envolvem múltiplos passos.
  9. Treinamento de comunicação funcional: ensina a pessoa autista a se comunicar de forma adequada e funcional. Essa terapia é fundamental para o manejo de comportamento, pois muitas pessoas autistas têm dificuldades de comunicação.
  10. Ensino por tentativas discretas: é uma técnica utilizada para ensinar novos comportamentos à pessoa autista por meio da estruturação prévia do ensino, com aumento de oportunidades de prática da nova habilidade e reforço do aprendizado.
  11. Dica: Uma dica é um tipo de ajuda que pode ser dada à pessoa autista para ajudá-la a realizar uma tarefa. As dicas podem ser verbais, visuais ou táteis e são fornecidas para ajudar a pessoa a organizar a ordem de ação e a realizar a tarefa com sucesso.
  12. Atraso: O atraso é uma estratégia que envolve o atraso da dica antes da ação, ou atraso do reforço após a realização de um comportamento. Essa técnica é usada para aumentar a probabilidade de que a pessoa com autismo continue realizando o comportamento, mesmo quando o reforço não é imediato.
  13. Vídeo modelação: A vídeo modelação é uma técnica de aprendizagem que envolve a observação de um modelo em vídeo. A pessoa autista assiste a um vídeo de alguém realizando um comportamento que se deseja ensinar e, em seguida, ela tenta imitar o mesmo comportamento.
  14. Intervenção naturalística: A intervenção naturalística é uma abordagem de ensino que busca aproveitar as oportunidades naturais do ambiente para ensinar novas habilidades à pessoa autista. Essa técnica envolve a criação de situações que permitem que o indivíduo pratique e aprenda habilidades funcionais no contexto da sua vida diária.
  15. Suportes visuais: Os suportes visuais são recursos visuais que ajudam a pessoa autista a entender o mundo ao seu redor. Esses recursos incluem imagens, pictogramas, diagramas, tabelas, gráficos e outros recursos visuais que podem ser usados para comunicar informações e orientar o comportamento.
  16. Treinamento de habilidades sociais: O treinamento de habilidades sociais ensina a pessoa autista a desenvolver habilidades sociais adequadas, como iniciar uma conversa, fazer amigos e manter relações interpessoais saudáveis. Essa terapia é importante porque muitos autistas têm dificuldades para compreender e se comunicar de forma eficaz em situações sociais.

 

É importante destacar que cada pessoa com TEA é única e pode responder de forma diferente às intervenções baseadas em evidências. Por isso, é importante trabalhar com um profissional qualificado para avaliar a pessoa e determinar qual abordagem será mais eficaz para ela.

Vale lembrar que essas estratégias de ensino também podem ser utilizadas com outros tipos de condições neurodivergentes, como T21 (Sindrome de Down), Deficiência Intelectual, TDAH e também com alunos típicos.

 

Como a Adapte Educação pode ajudar a implementar PBEs?

A Adapte Educação é uma plataforma que oferece cursos online para ensinar profissionais, professores e pais que desejam aprender e implementar PBEs. Nossa plataforma oferece cursos que ensinam a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que é uma abordagem baseada em evidências que tem sido comprovadamente eficaz para ajudar pessoas com TEA.

Além disso, a Adapte Educação também oferece supervisão clínica para ajudar na implementação das PBEs com sucesso. A supervisão clínica é essencial para garantir que as estratégias sejam utilizadas corretamente e para avaliar o progresso da pessoa autista.