Sem Limites: Quanto tempo de intervenção é ideal para um autista?
Depende das necessidades clínicas do indivíduo.
Na avaliação da necessidade de horas de intervenção são considerados os déficits cognitivos, de linguagem, interação social e processamento sensorial, além da frequência e intensidade de comportamentos disruptivos.
Tratamento focado: 10 a 25 horas semanais, sem contar supervisão e treinamento de pais e cuidadores.
Tratamento abrangente: 30 a 40 horas semanais, 1:1 de intervenção diretamente com o indivíduo, sem contar o treinamento de pais e cuidadores, supervisão e outros serviços necessários. Posteriormente as horas de terapia podem ser elevadas ou diminuídas de acordo com a resposta do cliente. O aumento de horas é indicado para favorecer o alcance de metas do tratamento. Indica-se a diminuição quando o cliente alcança a maioria das metas do tratamento.
O tratamento focado atende apenas a uma minoria de autistas, pois a maioria dos indivíduos com TEA necessita de uma intervenção abrangente e intensiva que atenda as múltiplas demandas em diferentes intensidades. As pesquisas já demonstraram que intervenções intensivas são muito mais eficazes no ganho de comportamentos e habilidades condizentes com a idade. Por outro lado, indivíduos com acentuados déficits de desenvolvimento tendem a ter maior dependência e requererem mais serviços intensivos ao longo da vida.
Seja focado, seja abrangente, o tratamento depende ainda do treinamento dos pais e cuidadores para maximizar sua eficácia. Compreender o autismo, suas comorbidades e respectivos impactos naquele indivíduo e de que forma se comunicar e interagir de forma compreensiva e assertiva, promove uma maior aceitação do TEA, o fortalecimento dos laços afetivos e um ambiente emocionalmente mais favorável à família.