Os professores têm um papel fundamental na educação de toda criança, esse papel é ainda mais importante para as crianças que têm alguma necessidade especial.
Os professores são um dos primeiros a levantar as dúvidas sobre o desenvolvimento das crianças e um dos principais colaboradores para o diagnóstico do autismo. Os estudantes ficam horas diariamente sob o seu olhar treinado para acompanhar a aprendizagem e socialização das crianças no ambiente escolar.
Colaborar com esse processo de reconhecimento e preparar educadores e pais para lidar com as crianças com autismo proporcionando para elas o melhor desenvolvimento é o principal objetivo da Adapte.
O Espectro Autista ou Transtornos do Espectro Autista (TEA) variam em três níveis de gravidade conforme menor ou maior prejuízo da Comunicação Social e Comportamentos Restritos e Repetitivos:
Fonte: DSM-5
Um levantamento do CDC, Centro de Controle de Doenças nos Estados Unidos, revelou uma prevalência de 1 autista para cada 54 crianças de 8 anos, mas estudos mais recentes demonstraram uma prevalência de mais de 1% da população.
Dificuldade de aprendizagem, isolamento, dificuldade de interação com outras crianças, oposição a autoridade e comportamentos inadequados são pistas importantes para o diagnóstico e tratamento.
Fonte: Autismo e Realidade
Esses sinais podem se manifestar desde o primeiro ano de vida, tornando-se mais evidentes conforme a criança cresce. Se você professor identificá-los é muito importante alertar a família e encaminhar a criança para um atendimento de saúde mental infantil especializado, seja um neuropediatra ou psiquiatra infantil, para avaliação e diagnóstico. Embora não haja uma cura para o autismo, quanto mais precoce for a identificação do transtorno, maiores as chances de sucesso nas intervenções terapêuticas e educacionais com consequente ganho cognitivo e social para a criança.
Mesmo ainda que depois encaminhado ao especialista, não se tenha certeza do diagnóstico de autismo, a intervenção precoce para desenvolvimento da linguagem e comportamento, só tendem a beneficiar a criança promovendo sua integração com os colegas e colaborando para que ela atinja os marcos de desenvolvimento esperados para sua idade. Se a criança apresenta sinais de alerta e não recebe um atendimento de saúde mental especializado, ela sempre perde. Se não for autismo, permanecerá com atrasos sem identificação e interação social prejudicada, e se realmente for autismo, sem tratamento o transtorno tende a se agravar com o passar dos anos, acentuando os déficits de desenvolvimento.
O autismo é único em cada indivíduo, de modo que as características do seu autismo também são únicas e por consequência o seu tratamento. Medicações, quando utilizadas, tratam disfunções associadas como insônia, ansiedade, hiperatividade ou agressividade. Intervenções comportamentais baseadas em ABA (Análise do Comportamento Aplicada), fonoaudiologia, terapia ocupacional com integração sensorial são indicadas de acordo com as necessidades e atrasos identificados.
O aluno com autismo, assim como qualquer aluno com deficiência, o aluno com autismo pode e deve ser incluído na escola regular. O PEI (Plano de Ensino Individualizado) elaborado em parceria com a equipe de atendimento multidisciplinar, irá orientar os professores na adaptação do conteúdo ao potencial do aluno. A convivência da turma é enriquecida com a inclusão do estudante autista.
A ONG Autismo e Realidade desenvolveu uma série de cartilhas que orientam familiares, cuidadores e educadores a lidar com as dificuldades da pessoa com autismo.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-V). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013.
GADIA, C., BORDINI, Daniela e PORTOLESE, Joana. Convivendo com o TEA. Autismo - como identificar. Manual para Escolas. Autismo e Realidade. Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/convivendo-com-o-tea/cartilhas/manual-para-as-escolas/
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