10 Práticas para Estimular a Autonomia de Autistas

Pessoas no espectro do autismo frequentemente enfrentam desafios na comunicação, interação social e independência. No entanto, existem muitas coisas que podem ser feitas para ajudá-las a desenvolver essas habilidades. Aqui estão 10 dicas baseadas no trabalho do Dr. Thomas S. Higbee, referência mundial em autismo e análise do comportamento:
- Use imagens e objetos concretos:
Pessoas autistas muitas vezes têm um cérebro que compreende melhor através de imagens. Ao ensinar novas habilidades, utilize imagens, fotos ou objetos concretos para ilustrar conceitos. Isso pode facilitar o processo de aprendizado.
- Divida tarefas em etapas pequenas:
Tarefas simples como escovar os dentes podem ser complexas e paralisantes para indivíduos autistas. Ao ensinar novas habilidades ou tarefas, divida-as em etapas pequenas e claras. Cada passo concluído com sucesso será um passo em direção à autonomia e à conquista da tarefa completa.
- Ofereça elogios e reforços:
Assim como pessoas típicas, autistas respondem bem a elogios e reforços positivos. Ao observar um comportamento desejado ou uma habilidade recém-adquirida, ofereça elogios sinceros e reforços positivos, como recompensas, para incentivar a recorrência dessas habilidades.
- Seja paciente e persistente:
O processo de aprendizado pode levar mais tempo para indivíduos com autismo. Seja paciente e persistente durante o ensino de novas habilidades. Não desista se na 5ª tentativa ela ainda não aprendeu. Acredite, dê a oportunidade para que ela desempenhe a tarefa e se não conseguir, continue praticando regularmente para fortalecer as habilidades.
- Promova a generalização de habilidades:
Encoraje a generalização das habilidades aprendidas em diferentes situações e ambientes. Assegure-se de que as habilidades aprendidas na clínica possam ser aplicadas em outros contextos, tornando-as mais úteis e funcionais no dia a dia.
- Fomente a interação social:
Estimule a interação social por meio de jogos e atividades que incentivem a comunicação e a colaboração. Envolva-se em atividades que explorem o compartilhamento de interesses, a troca de turnos (sua vez, minha vez) e a prática de habilidades sociais, como fazer comentários, eventualmente perguntas e responder a elas.
- Ensine habilidades de autorregulação:
Ajude as pessoas com autismo a desenvolver habilidades de autorregulação para lidar com emoções e comportamentos desafiadores como raiva e frustração. Ensine estratégias de gerenciamento de estresse, como a prática de técnicas de respiração profunda ou a utilização de palavras-chave para expressar sentimentos e solucionar problemas.
- Crie rotinas e estruturas:
Estabeleça rotinas e estruturas claras para ajudar a pessoa a compreender o que esperar em diferentes situações. Isso pode reduzir a ansiedade e fornecer uma sensação de previsibilidade e segurança.
- Estimule a comunicação funcional:
Incentive a comunicação funcional, não apenas verbal, mas também por meio de sistemas alternativos de comunicação, como a comunicação por imagens, gestos ou dispositivos de comunicação assistiva.
- Promova a inclusão social:
Incentive a inclusão social em ambientes naturais, como escolas e comunidades. Encoraje interações com colegas de classe, familiares e amigos para fortalecer os laços sociais e as habilidades sociais.
Essas dicas são baseadas no extenso trabalho do Dr. Higbee, que conta com mais de 3 mil citações no Google Scholar. O foco principal da sua pesquisa é o desenvolvimento de suportes eficazes para autistas e outros transtornos do desenvolvimento e secundariamente, o desenvolvimento de estratégias eficazes para apoiar os pais e profissionais que trabalham com essas pessoas.
Ele já morou no Brasil em um período sabático onde cooperou com a pesquisa em ABA na Universidade de São Carlos e por isso fala português fluente.
Nos dias 29 e 30 de julho ele estará no Brasil e apresentará aula Estratégias para Promover a Independência e Brincadeiras Sociais Complexas em Crianças com Autismo, na conferência Construindo ABA (construindoaba.com.br)